domingo, 22 de fevereiro de 2009

LIVRO DE CRÍTICO DE ARTE INDICA 77 ARTISTAS BRASILEIROS MAIS RELEVANTES

Retirado da Folha on line

Divulgação
Escultura em chumbo do artista Paulo Monteiro, feita em 1992


No livro que acaba de lançar, "Arte Brasileira Contemporânea - Um Prelúdio", o crítico Paulo Sergio Duarte, radicado no Rio, elenca os nomes que julga mais relevantes na arte contemporânea do país, entre consagrados e jovens em ascensão, num dicionário visual que inclui um bom DVD a cargo do cineasta Murilo Salles.

Estão lado a lado verbetes sobre os ditos seminais Hélio Oiticica, Lygia Clark e Lygia Pape, os colegas de geração do autor, como Carlos Vergara, Antonio Dias, José Resende, Carmela Gross e Tunga, além dos jovens Thiago Rocha Pitta, Marcelo Cidade, Laura Erber, Renata Lucas e Tatiana Blass.

"O recorte foi feito para fazer interagir uma produção mais jovem com outra historicamente situada", diz Duarte, 62. "A ideia é dar perspectiva histórica à arte contemporânea."

Um soco inglês duplicado e folheado a ouro, obra do jovem Marcelo Cidade reproduzida no livro, ilustra essa ideia. Chamado "Amor e Ódio a Lygia Clark", o trabalho atualiza o legado da estética relacional, moldado pela fricção entre histórico e contemporâneo, que Duarte, querendo ou não, imprime nas páginas do livro.

"O que se faz hoje não está dissociado de uma pequena, jovem, porém interessante, tradição", diz Duarte, que foi curador da Bienal do Mercosul, em 2005, e é professor da Universidade Candido Mendes, no Rio.

Depois de reduzir uma lista de 300 nomes aos 77 finais, num recorte que, adverte, é "arbitrário e excludente", Duarte constatou que o que se faz hoje, apesar de marcado pela urgência urbana e por preocupações arquitetônicas, está mais leve.

"Digamos que há menos angústia", afirma Duarte. "O peso da angústia é menor do que na arte moderna, movida por ela."

Dos "Penetráveis" de Oiticica às pesquisas arquitetônicas de Renata Lucas, Cidade e Joana Csekö, Duarte mostra a evolução de uma arte de carga político-visceral até a ironia atual, mais egocêntrica, mas nem por isso menos relevante.

E ele não está sozinho. Numa série de entrevistas ao crítico, a curadora Lisette Lagnado constata a "saída da menoridade da arte brasileira" e revela que a passividade do artista nunca lhe "caiu bem", enquanto Ivo Mesquita, curador da última Bienal de São Paulo, diz que "tudo ficou mais fácil".

ARTE BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA - UM PRELÚDIO


Autor: Paulo Sergio DuarteEditora: Silvia Roesler Edições de Arte

Onde comprar: disponível nas livrarias Travessa, no Rio, e, em breve, em livrarias de arte em SP

Quanto: R$ 150 (300 págs.)


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